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Duas conferências no Iscte - Instituto Universitário de Lisboa estão a trazer à capital portuguesa grandes nomes do pensamento mundial sobre a sustentabilidade e o capital intelectual, articulando os dois temas. A essas duas conferências - a 22nd European Conference on Research Methodology for Business and Management Studies e a 24.ª da European Conference no Knowledge Management - junta-se, também, a grande reunião anual do The New Club de Paris.
Entre os dias 6 e 8 de setembro, alguns dos maiores pensadores mundiais sobre o capital intelectual com condutor de competitividade sustentável vão trocar ideias em Lisboa, discutindo-as com os olhos postos no futuro. A verdade é que nunca foi tão urgente olhar estrategicamente para a gestão do conhecimento como o ativo mais valioso à disposição das universidades, da sociedade e das empresas.
Nestes debates cumpre destacar a aguardada intervenção de Leif Edvinsson, sueco, professor na Universidade de Lund e considerado o "pai" do capital intelectual: o seu tema é a forma como o capital intelectual cria valor para as organizações. Jay Liebowitz, professor de Gestão e Tecnologia na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, foi o primeiro diretor de gestão do conhecimento da NASA e irá falar acerca da importância do conhecimento e sobre como é que as universidades se devem adaptar à transformação digital.
Do Japão virá Noboru Konno, professor na Universidade de Tama e um reconhecido autor de livros na área da Gestão do Conhecimento, pioneiro em Ecologia do Conhecimento: falará como o conceito "Sociedade 5.0" está a ser implementado no Japão e do seu contributo para um crescimento sustentável.
O luso-brasileiro Luiz de Mello, diretor de estudos políticos do Departamento de Economia da OCDE, em Paris, traz uma reflexão sobre a dificuldade que os governos europeus estão a encontrar para implementar políticas públicas que cumpram as metas para a descarbonização do "European Green Deal": reduzir 55% das emissões de carbono até 2030 e acabar com as emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050.
A verdade é que, se em muitos países do mundo há uma grande resistência à subida de impostos, existe, por outro lado, uma enorme adesão a medidas positivas como o incentivo à inovação tecnológica das empresas, por exemplo, ou o apoio à melhoria da eficiência energética nas habitações. Para poderem encontrar a combinação mais eficaz dos diferentes instrumentos que têm à sua disposição, os governos não podem continuar a trabalhar com pressupostos errados. Têm de recolher informação com melhor qualidade para minimizarem os efeitos económicos da descarbonização e, sobretudo, para recolherem a aceitação da sociedade e a sua participação ativa e empenhada neste processo.
Stefan Guldenberg, professor na École Hôtelière de Lausanne, na Suíça, e presidente do The New Club of Paris, irá falar sobre do capital intelectual, cujo principal ativo é o conhecimento. Segundo dados de 2021 do McKinsey Global Institute, as empresas com maior crescimento investem 2,6 vezes mais em capital intelectual do que as empresas de baixo crescimento. Segundo Stefan Guldenberg, "os países que mais investem em capital intangível estão a obter excelentes resultados em termos de inovação e da sua transmissão à sociedade e à economia".
A gestão do capital intelectual permite tomar decisões de investimento mais conscientes, criando valor acrescentado para as organizações e para os países. É esta a chave para criar riqueza e construir uma sociedade mais sustentável, na qual a riqueza esteja ao serviço do bem comum.
Notícia publicada online no Diário de Notícias - 05 Setembro 2023 — 23:37